O uso de tecnologias modernas como o smartphone para manejar seu dinheiro e aplicar a renda em investimentos é um tema crescente no Brasil: as pressões econômicas e a pandemia fizeram com que muitas pessoas buscassem finalmente compreender os recursos disponíveis hoje para guardar e investir dinheiro de forma moderna e simplificada.
O problema é que para quem ainda está começando opções diferentes podem se tornar confusas e nem sempre entendemos ao certo qual ferramenta usar para cada objetivo. O sistema Pix, os apps de fintechs e as criptomoedas capturam a atenção do público, mas será que são seguros? Quando e como devemos utilizar cada opção? Confira tudo isso em nosso artigo completo para entender de uma vez por todas como usar a tecnologia com seu dinheiro.
Um detalhe importante antes de começarmos é redobrar a atenção com a segurança digital: os sistemas eletrônicos para operações financeiras são cada vez mais robustos e protegidos, no entanto, o usuário ainda precisa ter bons hábitos de segurança digital como a capacidade de elaborar senhas fortes, aprender o que é VPN, atualizar o sistema e evitar todo tipo de malware no smartphone e computador. Tudo isso garantirá uma experiência livre de dores de cabeça e perda de dinheiro.
O que é criptomoeda? Para que serve o Pix?
O primeiro ponto importante para entendermos é que criptomoedas, aplicativos de fintechs como apps de day trade e cartões digitais, e o sistema Pix do Banco Central são tecnologias completamente diferentes e com propósitos e aplicações distintas.
Como cada sistema não utiliza a mesma tecnologia, suas aplicações, vantagens e desvantagens também são distintas. Isso significa que não precisamos escolher apenas uma dessas soluções para manejar nosso dinheiro, a realidade é que cada uma pode ter seu papel dependendo das necessidades do usuário, do objetivo específico para aquele dinheiro e de nossas próprias filosofias pessoais. Veja:
Criptomoedas (Bitcoin, Ethereum, entre outras):
De forma simplificada, uma criptomoeda é um mecanismo para elaborar um sistema de trocas digitais e de moeda eletrônica, usando a tecnologia de blockchain. Isso significa que as criptomoedas representam um sistema verdadeiramente descentralizado e independente para geração e troca de valor.
Esse tipo de mecanismo traz diversas vantagens: o usuário pode escolher entre uma gama de aplicativos e carteiras eletrônicas de Blockchain ou até mesmo físicas para armazenar as moedas, as transações são rápidas e anônimas, e a possibilidade de flutuações na demanda e valor significa que as moedas podem ser usadas como investimento sólido, capaz de gerar renda, sem interferência de governos. Cartões de crédito de bitcoin, caixas eletrônicos que aceitam as moedas e até lojas online já são operacionais usando apenas as moedas.
Por outro lado, a desvantagem das moedas está na possibilidade de rápida desvalorização: embora menos comum em moedas consolidadas como a Bitcoin, é possível que uma queda no preço da moeda desvalorize o dinheiro investido. Nesse caso, é importante que o usuário monitore notícias e preços relacionados às moedas, e nunca é interessante aplicar todo o seu dinheiro em um único investimento. Uma boa alternativa é diversificar o portfólio comprando moedas distintas.
Fintechs:
Fintech é o nome moderno para um tipo específico de startup que mistura tecnologias modernas com os sistemas tradicionais de bancos e corretoras. Aqui, o objetivo não é revolucionar o funcionamento de sua vida financeira, mas evitar as burocracias de bancos tradicionais. Alguns exemplos de sucesso como o WeChat na China já praticamente substituíram o dinheiro em papel nas transações cotidianas, e no Brasil diversos aplicativos prometem ser o futuro dos sistemas de pagamento.
Graças ao baixo risco, flexibilidade e aplicativos otimizados para as necessidades atuais, as fintechs são boas opções para quem deseja um cartão de crédito moderno e rápido, aplicações de baixo risco como poupanças, investimento na bolsa de valores tradicional sem intermédio de uma grande corretora, e compras cotidianas no débito.
Sistema Pix:
Por fim, em 2020 o Brasil recebeu o novo sistema Pix do Banco Central, que rapidamente se tornou popular e muito utilizado em nosso cotidiano. O Pix não se trata de uma nova moeda, não usa blockchain e não permite investimentos. Na realidade, o sistema é apenas um substituto para o TED e DOC tradicionais, criado e mantido pelos computadores do Banco Central com o intuito de otimizar e acelerar as transações no país.
Com o Pix é possível enviar e receber dinheiro de forma imediata, em menos de um segundo, em qualquer dia da semana. Além disso, a versão comercial do sistema permite que lojas aceitem pagamentos rápidos através do código Pix ou leitura de uma imagem QR.
Embora prático, diversos golpes usando as chaves Pix já se tornaram comuns, e o sistema ainda depende da estabilidade e decisões do Banco Central que pode futuramente aplicar taxas, aumentar a latência do serviço ou impedir transações.
Então qual tecnologia devo utilizar?
Essa pergunta depende do perfil de cada usuário, e de seus objetivos com o dinheiro. Atualmente, as transações Pix podem ser usadas como substitutas universais das transferências bancárias e boletos, inclusive aplicadas dentro de outros aplicativos de pagamento.
As criptomoedas com blockchain, por sua vez, continuam representando uma opção de investimento com alta rentabilidade, proporcionam armazenamento e transferências seguras e anônimas de dinheiro, e representam o futuro das finanças no mundo inteiro.
Já fintechs podem ser usadas como o ponto central da vida financeira, armazenando dinheiro em uma poupança e realizando compras no crédito e débito, pagando contas, e todas as outras funções que esperaríamos de um banco tradicional.
A combinação de todas essas tecnologias permite um uso eficiente e inteligente do dinheiro em 2021, e representam uma excelente oportunidade para organizar a vida financeira e investir.
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